Charles Bolden é o Comandante da NASA
Primeiro afro-americano a dirigir a agência espacial
23.05.2009 - 19h11
A escolha de Barack Obama para próximo diretor da agência espacial norte-americana é Charles Bolden, o primeiro ex-astronauta a dirigir a NASA, e também o primeiro negro a ocupar o cargo.
O anúncio foi ontem feito oficialmente, mas era já dele que se falava para a direção da agência. Bolden, de 62 anos, cumpriu quatro missões , incluindo a que pôs em órbita o telescópio espacial Hubble, em 1990. Piloto, chegou a general dos Marines (está agora reformado).
Numa altura em que a NASA está numa encruzilhada — deve apostar nas missões tripuladas, para corpos do sistema solar como a Lua e Marte, ou em missões robóticas, para o estudo da Terra e do Universo? — Bolden pode fazer pender a balança para o lado da exploração humana do espaço, adianta a agência Reuters.
“Acho que é uma boa notícia para NASA”, comentou Frank Siezten, um consultor para a área do espaço com base em Washington. “Ele deve apoiar a manutenção da atual arquitetura da NASA, mas sabe fazer as perguntas difíceis que têm de ser feitas. Não será possível enrolar Charles Bolden”, acrescentou Sietzen.
Obama tem também a intenção de nomear para vice-administradora da NASA Lori Garver, uma especialista em exploração espacial, com experiência de trabalho na agência e sua conselheira na equipa de transição de poder entre a Administração Bush e a de Obama.
“Estas pessoas talentosas vão ajudar a NASA a ultrapassar corajosamente as fronteiras da ciência, da aeronáutica e da exploração no século XXI, e garantir que o programa espacial dos EUA continua vibrante”, disse o Presidente, numa declaração escrita, que pisca o olho aos fãs do genérico da série de televisão Caminho das Estrelas.
O problema mais importante que a nova administração da NASA tem para resolver é a aposentação das novas naves espaciais já para o ano, depois de acabarem de construir a Estação Espacial Internacional. Os veículos que os substituem não estarão prontos antes de meados da próxima década e, até lá, os EUA ficarão sem meios para chegar ao espaço de forma independente, sem apanharem carona de outro país — ou das novas empresas que estão surgindo, com desejo de ganharem uma fatia do novo mercado da exploração espacial pela indústria privada.
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